sexta-feira, 6 de março de 2009

Ja dizia Socrates...

Certas feridas não se curam, apenas viram marcas. Estao sempre la. São acomodadas. Acabamos por esquecer delas. Alguns poucos amigos sabem que guardo na perna direita uma cicatriz de um pessimo momento do passado. Entao posso afirmar com um certo ar de entendimento sobre isso.
Outros pouquissimos amigos sabem de outras marcas que guardo. Geralmente muito bem guardado. Bem guardado até demais as vezes.
O pior dessas marcas é quando vez ou outra elas fazem questao de ser lembradas. Elas aparecem nas esquinas, nos fiteiros, nas vias ou quando algum filho da puta faz questao de meter o dedo. As vezes sem querer, outras so para te ver se contorcer com a dor. Existem masoquistas.
Apos serem remechidas, elas se abrem novamente. Novamente é preciso se esforçar para que elas fechem. Cada vez o esforço é menor, mas ainda existe. Ainda continua sendo esforço.
As minhas feridas se fecham cada vez mais rapido. Algumas eu nem senti mais. Quando reabertas, causam umas dores forçadas, doídas, cansadas que nem doem mais. Toda via, mesmo não havendo dor, as marcas continuam vivas. Estao sempre la. Muitas delas me fazem o que sou hoje. Talvez eu nao fizesse questao de ter algumas, mas cada uma delas é importante para me definir. Elas juntas sao boa parte do que eu sou, do que eu vivi. E todos os meus amigos sabem que de viver eu não me arrependo.

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