sábado, 31 de janeiro de 2009

Dedico a voce

Alguns amigos, ou pessoas que já leram o que escrevo, me indicam a tentar (quem sabe ate conseguir) escrever um livro. Os motivos que me passam são vários e eu os recebo como um elogio, sempre agradecendo de forma tímida ou fazendo uma piada.
A ultima indicação que tive foi de fazer uma descrição das loucuras e “pitís” das garotas que eu me envolvi. A razão que recebi foi: “Tu só pega menina doida”. Quem falou sabe o que disse e a piada de resposta já veio pronta.
No entanto, não é bem disso que quero falar. – To tão conversador nesse texto. – O que me veio ao pensamento não foi o “o que escrever” ou “ se escrever”, a minha indagação foi: “Caso eu faça, a quem indicar?”.
Acho o Maximo aquelas dedicações bem no comecinho dos livros. Tenho mais vontade de ter uma dedicação a mim do que fazê-la a alguém.
Fiquei com aquilo na cabeça um tempo. “A fulano com algum sentimento por alguma coisa que me tenha feito”. Quem eu substituiria por Fulano?
Qual sentimento eu o dedicaria?
O que uma pessoa precisaria fazer para merecer a homenagem?
É meio que uma mania me prender nessas indagações que parecem tão simples e tão complexas. Acabo, muitas vezes, por chegar em soluções insatisfatórias que vão ser questionadas por mim mesmo no futuro ou meramente abandonadas. Espero não abandonar essa.
Claro que como de praxe, cheguei a uma eterna conclusão momentânea. Na dedicação do meu livro, ainda não existente, estaria:

“Dedico esse livro com intenso agradecimento ao leitor, por fazer com que a morte das arvores que originaram o papel fosse útil, nem que seja para passar o tempo.”


Eu sei. Ficou extenso. Já vi maiores, mas achei esse muito longo. Caso o livro fosse realmente a descrição das “Mulheres da minha Vida” a dedicatória seria:

“Aos netos que ainda não tenho, para que saibam que devem amar, pois eu amei.”

Esse ao menos ficou menorzinho. O que importa é que a idéia principal me satisfez no momento. Pesando o fato que daqui que venha a produzir esse livro (se o fizer) vou ter mudado de opinião tantas vezes quanto venha a questionar a qualidade dessa frase.
E assim, como milhões já fizeram, remonto a máxima do filosofo:

“Penso, logo mudo de opinião.”

domingo, 25 de janeiro de 2009

Muito Bonito

Sendo o belo, algo que transcende as fronteiras que nossos olhos nos impõem como beleza, seria injusto limitá-lo ao pensamento. Excluir qualquer manifestação de que se absorveu a essência do magnífico presente, deixa de ser pessoalidade para se tornar egoísmo. Mozart conquistou sua posição de gênio quando ainda na sua infância o belo foi notado em suas canções. No entanto, Picasso teve um louvor tardio de suas obras já que tardio foi o expressar de uma língua para citar a beleza de suas telas.

Externar a sensação de defrontar-se com o belo deve ser uma constante, principalmente quando temos a certeza desta sensação. Se ele vai de encontro a expressão de outrem não importa. Mentes pensantes que discordam quando juntas produzem um tanto mais do que as que concordam. Alem do mais é inigualável os sentimentos trazidos não só aos que são elogiados, mas também aos que elogiam, quando dízimos: “Como está bonito”.

Ponha para fora seus sentimentos, do belo ao horrendo. Eles não foram feitos para serem trancafiados dentro de nos e dividi-los é um ótimo presente que se pode dedicar a alguém. Como seres coletivistas, boa parte de nossa jornada na vida se resume tão só a busca destes momentos de partilha.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aguardo Convites

Foi novamente ao cinema hoje. Novamente sozinho.

Tentei entender o motivo de me sentir tão bem ao ir para o cinema e mais ainda o motivo por sentir tão bem ao ir ao cinema sozinho.

Descobri algo, posso ate estar errado, como todo mundo às vezes esta. Mas acredito que vou ao cinema para comprar minhas emoções. A grande falta que reclamo, o vazio que comento se esvaí após a seção, dependendo do sentimento que comprei naquela seção, claro.

Tudo parece meio obvio, pessoas assistem filmes, lêem livros para sentir os sentimentos que suas historias passam. No entanto, não vem funcionado assim para mim. Eu só sinto após ser comovido a isso. Para ter certeza que estou triste assisto; dramalhões, para efetivar minha alegria; comedias, para me confirmar minha adrenalina; ação...

Assisti um bom drama hoje. Aqueles contos de um amor que vai, depois volta, depois vai, depois volta... Até o momento que volta de uma vez e vai definitivamente. Senti todas aquelas sensações e sai bem aliviado da sala do cinema. Foi maravilhoso.

Espero assistir algo mais animado na próxima vez. Espero assistir algo acompanhado da próxima vez. Aceito convites. Contanto que a pessoa não fale durante o filme, se quiser me beijar que tente antes ou depois. Alguém que queira tomar um bom café, ou comer chocolates, ou tomar milk-shakes...

Estarei comprando meus sentimentos nas próximas seções. Mas dessa vez quero os sentimentos mais contentes...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Assuntos Não Aleatorios

Não sei como começar o que digo...
Sei do que sinto e cada dia mais a minha sensibilidade diminui...
Eu sinto falta. Nada é igual.
As bocas são insípidas.
As risadas não têm graça.
Os toques não têm calor.
As paixões não dão prazer.
O quebrar das ondas não causam o mesmo efeito. Não causam. Não sem o colo, sem as mãos passando pelo meu cabelo, sem os beijos e consolos...
Não há carinho que ultrapasse minha carapaça. Não como aqueles. Aqueles que me faziam despir a armadura e soltar as armas. Que me faziam criança, amante. Que me arrancavam a maldade e me faziam de alguém, por alguém.
Os abraços não tem o mesmo cheiro.
Por trás da minha lente não há o mesmo brilho.
Não há mais no meu peito amor.
Não há mais na minha mente sonhos.
Não mais escorrem dos meus dedos os sentimentos em guardanapos de papel...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Passagem do tempo

Já se vai um ano e a dor só aumenta.

Quem dera o passado fosse mais presente, ou o presente fosse outro futuro do passado.

Quem dera a benevolência divina nos pusesse novamente lado a lado.

Poder escutar os versos que hoje declamo, sob a sonata da voz de quem para mim foi mestre. Percorrer as estradas que hoje cruzo, de carona com quem sempre foi meu guia.

O que me restou foi vazio no peito, tão grande que nem toda a saudade que sinto consegue ocupar. Sobra-me a dor de estar trancado no que já foi abrigo de nossas tantas conversas, lições, piadas e mimos de um avô para um neto... de um pai para um filho.

Sinto tanto sua falta...

Gostaria de chorar nos teus ombros as lagrimas que hoje não consigo mais verter e ouvir como consolo doce a tua frase que ainda inspira meus dias: “Você sabe que você é meu ídolo”.

Parodia Humana 53

Ajo estranho, logo existo!

A inter-existência esta diretamente condicionada ao feitio do diferencial. Quem sobe no ônibus lotado e fica de pé ao seu lado lhe é menos perceptível que aquele que chega e senta no chão.