domingo, 26 de junho de 2011

- Tá escutando? - Tô!

Ele fechou a porta e antes mesmo de ouvir o click que confirmava o fechar da porta deu-se as lágrimas. Chorou aos soluções. Deixou mesmo que as lágrimas corressem. Mais por necessidade de chorar do que de tristeza. Tristeza quase nem existia na verdade, eram lágrimas de tudo. De tudo que ele precisava chorar e não chorou durante todo aquele tempo. Eram lágrimas de decepção, angustia, dó, pesar, alegria desespero, amor, derrota, vitória e uma certa quantidade de tristeza também. Não eram lágrimas de tristeza, mas lágrimas que continham tristeza. Com as lágrimas também se foram o peso nos ombros, o vazio da alma e a dor do peito. Foram da mesma forma que as lágrimas, escorrendo. Sentiram que estavam a muito tempo ali e resolveram ir, achando que era uma boa hora e bem possível fosse. Talvez não tivessem uma nova oportunidade.


Então ele sentou. Não enxugou as lágrimas. Deixou que elas escorressem até onde pudessem e depois que secassem no rosto. O sangue fica na navalha, aprendeu um dia num passado distante, então as lágrimas devem ficar no rosto.

Olhou para frente e viu que mesmo que quisesse não conseguiria mais olhar para trás. Se projetou no horizonte, viu suas próximas horas, seus próximos dias e anos. Sentiu vontade e somente quando ela se fez notar deu o primeiro passo. A estrada para o amanhã é longa mas não precisa ser árdua. Seguiu em frente e se foi na direção da luz.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lombra

Eu paradão na minha viagem e ela não parava de falar. Falava, falava, falava...
Eu olhava pra ela, as vezes olhava pros lados e por outras atraves dela.
Até que ela parou de falar, me olhou e disse:

- Voce não acha?

E eu sabia lá o que achar.
Olhei de volta pra ela com a cara de quem resolve os enigmas do universo e disse:

- Só lembrei de Tony Tornado!