sábado, 26 de maio de 2012

De outros amores

Preciso de alguém que me ame. Ou que ao menos diga por vezes que ama. Não precisa ser convincente. Um pouco repetitivo precisa ser. Nada muito extravagante, nem de muita criatividade, erudição, excelência ou exclusividade. Nada de muito elaborado.

Preciso de "eu te amo"s sistemáticos, cíclicos, mas constante. Nem precisão ser muito representativo. Já deu pra entender que não preciso acreditar neles, mas apenas ouvi-los.

Podem não ser "eu te amos"s de amor, podem ser de paixão, admiração, tesão e em alguns poucos momentos até os de clemência serão bem vindos. Quero ouvi-los pela manhã sem nenhum motivo especial, à tarde para mudar meu humor, à noite para dormir bem.

Quero "eu te amo" que dure breves eternidades na lembrança ou infinitos segundos após o gozo. Quero "eu te amo" vírgula de beijo, ponto final de afago, ou principio de abraço. Quero "eu te amo" orgasmo, brincadeira sem graça, piada, respeito, solenidade. Quero "eu te amo" platônicos e confusos.

Não quero um amor verdadeiro guardado a sete chaves num cofre, prefiro que seja livre e intenso e acessível mesmo que seja falso na mesma intensidade. Quero um amor dado a mim e não guardado para quem ama. Dispenso verdade amor de vitrine, quero o amor que é o que faz.