Eu queria o dom dos poetas e afogar minhas magoas nas palavras ou morrer afogado nas letras que elas produzirem. Escutar de alguem que leu todo meu desespero um sutil: "que lindo". Não deixar o meu olhar fosco de tristeza e dividir seu brilho com a tinta que levara para a eternidade a descriçao lirica de meu sofrimento. Fazer reverencias (baixando a cabeça) a aplausos destinados a leitura pomposa de minhas desçraças.
Ah meu D... É isso!
Talvez seja de uma fé num d'us que eu precise. Um d'us exigente e caprichoso que me faça seguir pelo caminho de suas maravilhas frivolas, por entre as pontes do arco-iris ate um pote de conformismo. Um ser que me presentei com bitolas douradas, corte-me as asas, ate minhas maos e pes e me proiba de pensar e criar.
O sofrimento veio a Adão e Eva quando eles quiseram produzir e serem criativos. A magica da vida é acompanhada com todo tipo de paradoxo torturante. Ser um d'us não é assistir a desenvoltura de uma fazenda de formigas, e sim, sentir toda a dor necessaria para se criar algo mais e ouvir alguem comentar do outro lado do vidro:
- Não é lindo?
- É a cara do pai!
"Entrego-vos meu novo mandamento:
- Eu sou meu D'us, não amarei outro se não a mim."
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