quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cretinice

Acordou com o toque do despertador. De bruços assim como tinha ido dormir. Estava apenas de cueca e coberto pelo lençol.
Virou-se e o resto do corpo foi acordando. De baixo para cima. Começou sentindo os pés, grandes demais para o resto do corpo. As pernas finas e peludas deram sinal de vida. O joelho, ainda machucado pela queda no fim de semana, se mostrou presente. Depois foi a vez das coxas flácidas e magras, seguidas pelo pênis rígido pelo amanhecer. A barriga seca acordou junto com o peito formado quase pelas costelas apenas. Dando continuidade o pescoço despertou para que todo corpo se unisse a cabeça grande e oval.
Completamente acordado (ao menos no que se refere ao físico) ele levantou e foi ao banheiro. Urinou por mais tempo do que fazia no resto do dia, seu pênis finalmente ficou flácido. Ficou próximo ao chuveiro e mesmo com ele aberto pensou algumas vezes antes de ficar sobre a água fria. Tomou coragem e o fez. Tomou um banho rápido, se enrolou na toalha sem se enxugar como devia e foi para frente da pia. Escovou os dentes até as gengivas sangrarem. Depois escovou os cabelos com menos empenho.
Saindo do banheiro ainda pingando a água do banho, pegou a primeira cueca limpa que estava na gaveta entreaberta. Vestiu. Depois vestiu uma caça de jeans azul escuro. Atou o cinto. Passou desodorante nas axilas, daqueles com uma bolinha na ponta. Abriu outra gaveta e demorou um pouco escolhendo uma camisa. Acabou por vestir uma camisa preta com detalhes azuis. Velha, mas não aparentava tanto. O tênis completou o vestuário do dia. Pos perfume, pegou a bolsa e saiu.
Foi andando até o ponto do ônibus, passou pela vizinha fofoqueira e deu seu bom dia falso, recebeu um quase tão falso. Acenou para o jornaleiro. Atravessou a avenida e finalmente chegou ao ponto. Após cinco minutos de espera achou estranho que tão poucas pessoas estavam esperando a condução. Mais doze minutos e ele resolveu olhar o relógio. Só então percebeu que era domingo e não teria expediente no trabalho.
Voltou pelo mesmo caminho. Acenou novamente para o jornaleiro, a vizinha não estava mais na rua. Entrou em casa, voltou para quarto, tirou toda a roupa. Toda mesmo, ficou completamente nu. Deitou na cama ainda quentinha, se cobriu com o lençol que ainda guardava seu cheiro e se entregou aos braços de Morpheu para o sono dos justos. Afinal de contas era domingo e não teria expediente no trabalho.

Um comentário:

Direção do Sanatório Geral disse...

Oi André! Vi o teu blog e achei massa!

Olharei sempre!
Grande beijo!

Uiane