Ele achava que a ultima vez que a tinha visto seria a ultima vez que eles se veriam. Achava mas não queria acreditar. De qualquer forma passou a viver como isso fosse verdade.
As vezes até sentia a falta dela. Em suas viagens ao ver coisas que ela gostaria de ver ou nos momentos de tristeza quando sentia falta de seu abraço quente que ninguém mais tinha igual.
Mesmo assim, já se encontrava consciente e conformado de que não mais se veriam. Passou até a querer que as coisas realmente fossem dessa forma. Até que o impossível (mas ocorrível) aconteceu. Ali estavam eles frente a frente.
Ele se manteve na sua frieza padrão, ao menos por dentro. Ela permanecia linda, intocada pelo tempo. Demonstrou um certo entusiasmo em vê-lo que era bem comum nela, por isso ele não sentiu nada de especial sobre isso.
Ela se aproximou dele. Na verdade, ele não conseguia se mover, principalmente se fosse na direção dela. Chegou com as perguntas habituais de dois conhecidos que se encontram: "A quanto tempo...", "Como vai?", "... e a família?".
Ele só se deu ao esforço a responder. Nenhuma pergunta. E quando ela se esgotou de perguntar olhou para ele e fez uma cara de: "E ai?". Ele por sua vez a olhou, entendeu que ela estava esperando que ele fizesse alguma pergunta ou falasse algo ou a beijasse apaixonadamente. Sentiu o corpo ficando mais leve aos poucos, se aproximou e apertou sua mão cordialmente:
- Muito bom te ver. Espero te encontra em algum momento onde possamos conversar, mas agora tenho que ir.
Ela deixou todo o corpo se embalar pelo aberto de mão:
- Então... agente marca.
- Isso! Agente marca. Até a próxima então.
Saiu como um raio e sem olhar para trás. Ao chegar ao carro sentou e respirou fundo. Depois de se notar menos tenso, ligou a ignição e partiu. Pouco antes de parar em casa, se viu pensando na situação de que teria essa sido a ultima vez que eles se viram.
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