segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Descartavel

Era o cigarro nos seus lábios.

Era o chiclete em sua boca.

Era eu nos seus lábios, na sua boca, nos seus seios, no seu ventre...

Teve as sensações da fumaça cinza.

Teve o doce do mel.

Teve os prazeres do toque das peles.

E os tratou como um

Queimou o cigarro e ao chão foi a brasa vermelha.

Sugou o doce do chiclete e ao chão foi a borracha insípida.

Teve seu luxo no meu corpo, mas ao chão ficou apenas o vestígio do pudor ao toque das intimidades.

Ficaram as vontades de futuro.

Ficaram as satisfações de se encontrar um par.

Já eu, com minhas asas feridas e cansadas,

me mantive no ar.

Nem se quer toquei o chão.

Voei numa brisa quente de esperança...

3 comentários:

Gisa Leão disse...

Nesses momentos parece que a gente fica em suspensão...
O ar pesado e a falta de respostas para o que aconteceu martelando em algum lugar consciente!

=/

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luana Andrade disse...

Belo texto, com detalhes de resistência e entrega aos sentimentos. Intenso, marcante.
Beijos.