Aos prantos, sentado ao chão perto do velho acomodado em sua cadeira de balanço, ele descrevia mais um amor que “não deu certo”. Toda aquela ladainha que todo mundo conhece de cor. Fiz mundos e fundos, me superei, me privei. Tudo aquilo que agente sabe que todo mundo faz e não faz.
Quando já estava cansado de falar, ou por necessidade de ouvir, ele pediu algum tipo de conselho ao velho, que responde:
- Ame meu filho. Ame o maximo que você puder e quando achar que não pode mais, ame mais ainda.
Claro que aquilo parecia a coisa mais inútil de se ouvir naquele momento. Tudo que se ouve nessas horas parece inútil na verdade. E talvez por descaso, falta de compreensão ou mesmo burrice ele não seguiu o conselho que recebeu.
Horas, dias, meses e anos depois ele era o velho na cadeira de balanço e alguém jovem chorava as mesmas lamurias que ele tinha chorado naquele momento. Mesmo sabendo cada trecho da historia que estava por vir, ele ouviu pacientemente. E quando percebeu que havia chegado a hora em que o jovem tinha cansado de falar ou necessidade de ouvir, ele disse:
- Ame meu filho. Ame o maximo que você puder e quando achar que não pode mais, ame mais ainda.
De forma mais inteligente que a dele no passado, o jovem perguntou porque. Ele reconhecendo que deveria ter feito o mesmo quando era sua vez deixou uma lagrima rolar no rosto. Abraçou o jovem, olhou nos seus olhos e disse:
- Porque será muito pior se você não o fizer.
Um comentário:
O remate feito com perfeição. Sensível, determinante de aplausos. Eu apreciei, considero fascinante. Beijos.
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