quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Desventuras


Não lembro de ter despertado esse ano, fui sempre acordado. Forçado dia após dia a abrir meus olhos foscos, recheados de desesperança, inundado de tristeza e exalando solidão. Andei passos sem vontade, embarquei em ônibus e trens que me levaram a lugares onde eu não queria estar. Dormi pouco, sonhei menos ainda e os poucos sonhos me traziam a tona verdades que escondi no meu subconsciente. Derrotas, fracassos, abandonos e desilusões, minha mente insatisfeita de ver essas coisas durante o dia, escava minhas lembranças e as mostrava também durante o sono.

Esperei um salvador, um messias e ele não veio. Busquei consolo e ele me foi negado. Agi como não queria, só ganhei o inverso do que pedi e tive o reflexo de minha alma despedaçado em partes tão pequenas que nem me atrevo a juntar.

Sinto saudades de lugares que nunca visitei e falta de pessoas que nunca tive ao meu lado. Queria sonhar sorrindo, ou sorrir sonhando, só para ouvir mais uma vez um comentário sobre a beleza que transmito quando estou nos braços de Morfeu.

Desejar o fim é apenas mais uma lamuria. Eu desejo começos. Começar a sorrir, começar a relaxar, começar a amar, começar a aprender a ser amado... eu desejo despertar de uma ótima noite, ter ao lado quem amo, sentir seu cheiro e ficar olhando ate que ela acorde e me diga “Bom dia” com um olhar que me valha a existência.

Ao escrever essas palavras não consegui verter nenhuma lagrima. Porem, o céu fez isso por mim. Era uma chuva de verão, tão passageira quanto os sentimentos que me foram dedicados. Era também uma chuva forte, como as lagrimas que gostaria que rolassem no meu rosto...

Um comentário:

Gisa Leão disse...

Ah, os começos!
A vida deveria ser um eterno começo. Na verdade talvez seja, nós é que não percebemos ou então estamos presos demais a uma forma fixa do que chamamos de "começo". Não sei. Eu nunca sei de nada.

Mas ainda assim, Adoro os Começos. São sempre Belos [e finitos]!