sábado, 5 de novembro de 2011

Diarista

É que no amor do dia a dia não cabe tanta verdade, tantos olhares sinceros, tantas vontades e desejos pessoais. Esse amor precisa do mel que envolve a mentira linda, do desvio dos olhos, da abdicação em favor do outro.


Não se vive o amor no amor do dia a dia, se abandona o amor a si e o amor ao amor. Só se ama a outra pessoa que pode, por sorte, vir a amar só você e então se cria um equilíbrio satisfatório. Caso contrario, para um dos dois, não há amor. Há o que ama o outro e o outro que só ama a si e/ou ama esta amando, esta sendo amado e fim.

Se se ama como o amor, se liberta, se completa, se amadurece e retorna a infância. Amor nem com amor se paga, o amor do dia a dia exige retorno, atenção, quer sua devida retribuição com risco de SPC ou causa na justiça.

O amor do dia a dia não é amor. Até é de direito, mas não de fato. É sem nuca ter sido. Amor é ser aceito e liberto, amor do dia a dia é ser preso e moldado ao gosto do amor de alguém.

Um comentário:

Unknown disse...

O encanto da descoberta não resiste a convivência diária. E o amor encantador não resiste ao corriqueiro.
Aquele que ama o amor e descobre no outro o significado desta palavra terá que enfrentar uma questão para mantê-lo consigo e no outro: revivê-lo todos os dias como se o primeiro olhar fosse trocado naquele instante.