quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Das emoções dos relógios

Se sei que você vem às quatro horas, viajo no relógio assim que desligo o telefone. Viajo nas molas e rodinhas que fazem cada vez mais esforço para que os ponteiros corram mais lento, penso as vezes que chegam até andar para trás. Vez por outra, meu mundo se limita a porta que, contra a minha vontade e a do resto do universo, se nega a cuspir você que já esta as costas dela. Burra porta! Burra porta como uma porta!


Então sua hora chega, mas só depois do teu cheiro e tua voz. Chegam as quatro só depois de todo eterno das 3:50, depois o das 3:55, 3:56, 3:57, 3:58 e a purgação das 3:59.

Só que as quatro, você não chega e de salto surge as 4:05 e 4:10, a alerta 4:15 e a angustiante 4:25. Mas, antes das 4:30 e sua depressão, você entra enchendo a sala de luz e o espírito de D’us paira livre sobre as águas.

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