Foi a primeira que vi meu nome escrito que não fosse para mim, ou que não fosse alguma forma oficial e impessoal de escrever sobre alguém. Era lá meu nome escrito numa historia que não era minha e não era sobre mim. Passei então a ter certa simpatia por ele. Nunca tive sabe, aprendi a conviver com isso sem dar atenção mais nunca dispondo do meu bem estar para com ele.
Achava bonito a escrita, tentava capricha-la na minha letra, e as vezes ate conseguia, mas a fonética era o que o distruia sobre meus gostos. Aquele "e" solto demais no final e aquele monte de consoantes todas juntas no meio que faziam a garganta se fechar toda para por o som para fora me incomodavam. Era inarmónico. Existe isso inarmónico? Deve existir, se não, era o contrario de harmónico. Era desprovido de musicalidade.
Mas eu aprendi o bem viver junto a ele. A ponto de desprezar os apelidos e diminutivos. A ponto de caprichar nas assinaturas. E a ponto de, ao ter meu nome perguntado, eu responder: Eu sou André. Eu não me chamo, nem sou chamado. Eu sou sabe? Como se meu nome fosse uma parte de mim e não algo que carrego por obrigação. Como se fosse parte da minha personalidade, do meu corpo e da minha alma.
Então naquele momento onde meu nome não representava nada disso, nem de outras coisas, ele me pareceu simpático. Eu o olhei, reli e sorri. Aquela escrita era algo de dentro de mim mesmo não se referindo a mim e aquele som, tão aquele som era o meu som. E era diferente, mas não deixava de ter sua mais profunda beleza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário