segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FDS

E eu acordei. Plena segunda-feira.


Pior do que acordar de um sonho, acordar de um bom sonho é acordar de um bom sonho plena segunda-feira. Todo aquele banho frio de realidade nas costas tende ao insuportável. É preciso ser muito pra suportar. Muito mesmo. Muito calmo, muito feliz. Muito sereno. Muito macho. Mesmo que você seja mulher é necessário ser muito macho para acordar de um bom sonho plena segunda-feira.

Assim eu acordei plena segunda-feira. Como quem acorda de um bom sonho. Mas nem mesmo tinha sido sonho. Meu corpo me dizia: não foi sonho. Me sussurrava isso na vontade de permanecer na cama e quando eu não quis ouvi-lo me gritou nos cheiros pela minha pele e na sensibilidade do meu pau.

Não foi um sonho, foi um fim de semana. Eu me dizia. Meu corpo me dizia. Me dizia dos toques nos cheiros da pele. Me dizia da paixão na senilidade de um pau tão requisitado. Me dizia da necessidade de mais de nos mesmos, da vontade de não acabar na vontade de permanecer na cama.

Então acordei, plena segunda-feira, como quem acorda de um sonho bom, mas que não foi sonho.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Das doenças contemporaneas

O medico foi catedrático quando lhe deu seu diagnostico.


- Seu problema amigo - interrompeu, detestava ser chamado de amigo - desculpe, seu problema não passa de falta de leitura.

Alem do insulto de ser chamado de amigo ficou boquiaberto de surpresa com noticia de sua terrível enfermidade.

- Mas falta de leitura doutor? Acaso isso realmente pode fazer mal assim? Isso lá é doença?

O medico olhou-o por detrás dos óculos como se quisesse enxergar por trás de seus olhos dizendo profeticamente.

- Mas claro! Você tem a necessidade de viver pois não sentiu. Falta de leitura - persistiu o medico entre o abanar da própria cabeça redonda, careca e ridiculamente pequena - falta de leitura - concluiu num suspiro.